Rubem Fonseca…Se eterniza nos seus contos!

Conheci Rubem Fonseca lendo AGOSTO e depois me apaixonei pelo contista. Sim, para mim,  o maior contista do país!

No meio de tantas tristezas momentâneas para uns e passageiras para outros! A morte de Rubem Fonseca se eternizará nas memórias dos seus leitores fiéis!

Rubem Fonseca nasceu em Juiz de ForaMinas Gerais, em 1925. Era filho de portugueses transmontanos, emigrados para o Brasil. Residiu desde a infância no Rio de Janeiro.[2] Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira na polícia, como comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de trabalho estão imortalizados em seus livros. Aluno brilhante da Escola de Polícia, não demonstrava, então, pendores literários. Ficou pouco tempo nas ruas. Foi, na maior parte do tempo em que trabalhou, até ser exonerado em 6 de fevereiro de 1958, um policial de gabinete. Cuidava do serviço de relações públicas da polícia.

Na Escola de Polícia destacou-se em Psicologia. Em julho de 1954 recebeu uma licença para estudar e depois dar aulas desta disciplina na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Escolhido, com mais nove policiais cariocas, para se aperfeiçoar nos Estados Unidos, entre setembro de 1953 e março de 1954, aproveitou a oportunidade para estudar administração de empresas na New York University. Após sair da polícia, Rubem Fonseca trabalhou na Light até se dedicar integralmente à literatura.

Apoiou o golpe militar de 1964, foi um dos roteiristas contratados pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais.

Em 1976, um de seus livros mais importantes, Feliz Ano Novo, foi proibido de circular e de ser publicado, após decisão do então Ministro da Justiça, Armando Falcão, em 15 de dezembro daquele ano. A alegação seria de que a obra conteria matéria “contrária à moral e aos bons costumes”.[3] Sobre esse episódio, o então secretário-geral do Ministério da Educação e posteriormente Ministro da Educação no governo Geisel, Euro Brandão, em ofício ao Ministro da Justiça afirmou que “quanto ao livro “Feliz Ano Novo“, de autoria de Rubem Fonseca, aprovou-se solicitação a V. Exa. para que faça sentir ao Senhor Ministro da Justiça o nosso aplauso pela providência adotada contra essa obra realmente representativa da obscenidade literária em nosso País”.[4]

Em 20 de julho de 1978, o então presidente da representação em Brasília da Associação Brasileira de Imprensa, Pompeu de Sousa, protestou ao diretor geral do Departamento da Polícia Federal, coronel Moacir Coelho, contra a proibição de outra obra de Rubem Fonseca, dessa vez o conto “O Cobrador“, vencedor do Prêmio Status de Literatura Brasileira 1978. Afirmou Pompeu de Sousa: “Ninguém ignora que Rubem Fonseca é um dos escritores mais importantes da literatura brasileira contemporânea, já antes atingido por outra medida de obscurantismo, com a apreensão de seu livro “Feliz Ano Novo“, o que, aliás, constitui objeto de ação judicial que o autor move presentemente contra o Ministro da Justiça. Igualmente notório é o alto valor intelectual da comissão julgadora do referido concurso, composta pelos escritores Antônio HouaissFerreira Gullar e Gilberto Mansur, cujo trabalho, nesse particular, consistiu na leitura e seleção de cerca de dois mil contos. Trata-se – deve ser acentuado, ainda – de um prêmio que, pelo seu valor monetário, representa um dos poucos exemplos de estimulo material à produção literária, no Brasil. O ato da Censura – ainda mais tendo em vista que repete proibição idêntica contra o conto vitorioso em concurso semelhante, no ano anterior, de mesma revista, dessa vez da autoria de outro mestre do gênero,o escritor Dalton Trevisan – pode determinar uma retração da parte da editora prejudicada, como de outras, no sentido de manter ou estender tão louvável empreendimento. Por todas estas razões, Vossa Senhoria há de concordar que medidas dessa natureza contrapõem-se, na verdade, aos interesses nacionais, na defesa dos quais essa Representação da ABI aqui manifesta o seu protesto, assim como a expectativa de que, de futuro, não venham a repetir-se”.[5]

Reconhecidamente uma pessoa que, como Dalton Trevisan, adora o anonimato, era descrito por amigos como uma pessoa simples, afável e de ótimo humor.

As obras de Rubem Fonseca geralmente retratam, em estilo seco e direto, a luxúria e a violência urbana, em um mundo onde marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e delegados se misturam. A história através da ficção é também uma marca de Rubem Fonseca, como nos romances Agosto (seu livro mais famoso) em que retratou as conspirações que resultaram no suicídio de Getúlio Vargas, e em O Selvagem da Ópera em que retrata a vida de Carlos Gomes, ou ainda A Cavalaria Vermelha, livro de Isaac Babel retratado em Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos.

Criou, para protagonizar alguns de seus contos e romances, um personagem antológico: o advogado Mandrake, mulherengo, cínico e imoral, além de profundo conhecedor do submundo carioca. Mandrake foi transformado em série para a rede de televisão HBO, com roteiros de José Henrique Fonseca, filho de Rubem, e o ator Marcos Palmeira no papel-título.

Foi viúvo de Théa Maud e tinha três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o cineasta José Henrique Fonseca.

Rubem Fonseca sofreu um infarto em seu apartamento no bairro Leblon no dia 15 de abril de 2020. Foi socorrido no Hospital Samaritano mas não resistiu e veio a falecer.[6]

  • O Caso Morel (1973)
  • A Grande Arte (1983)
  • Bufo & Spallanzani (1986)
  • Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos (1988)
  • Agosto (1990)
  • O Selvagem da Ópera (1994)
  • E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto (1997)
  • O Doente Molière (2000)
  • Diário de um Fescenino (2003)
  • Mandrake, a Bíblia e a Bengala (2005)
  • O seminarista (2009)
  • José (2011)

Contos

  • Os prisioneiros (1963)
  • A coleira do cão (1965)
  • Lúcia McCartney (1969)
  • O homem de fevereiro ou março (1973)
  • Feliz Ano Novo (1975)
  • O cobrador (1979)
  • Romance negro e outras histórias (1992)
  • O buraco na parede (1995)
  • Histórias de amor (1997)
  • A confraria dos espadas (1998)
  • Secreções, excreções e desatinos (2001)
  • Pequenas criaturas (2002)
  • 64 Contos de Rubem Fonseca (2004)
  • Ela e outras mulheres (2006)
  • Axilas e Outras Histórias Indecorosas (2011)
  • Amálgama (2013)
  • Histórias Curtas (2015)
  • Calibre 22 (2017)
  • Carne Crua (2018)

Outros

  • O romance morreu (crônicas, 2007)

Prêmios

Ano Prêmio País Categoria Indicação
1969 Prêmio Jabuti[7] Brasil Contos/Crônicas/Novelas Lúcia McCartney
1983 Prêmio Jabuti[8] Brasil Romance A Grande Arte
1996 Prêmio Jabuti[9] Brasil Contos/Crônicas/Novelas Buraco na Parede
2002 Prêmio Jabuti[10] Brasil Contos e Crônicas Secreções, Excreções e Desatinos
2003 Prêmio Camões Portugal conjunto da obra
Prêmio de Literatura Latinoamericana y del Caribe Juan Rulfo[11] México
Prêmio Jabuti[12] Brasil Contos e Crônicas Pequenas Criaturas
2012 Prêmio Iberoamericano de Narrativa Manuel Rojas[13] Chile
Prêmio Literário Casino da Póvoa Portugal Bufo & Spallanzani
2014 Prêmio Jabuti[14] Brasil Contos e Crônicas Amálgama
2015 Prêmio Machado de Assis[15] Brasil conjunto da obra

Robson Nunes Autor

Sobre Robson Nunes... Foi professor acadêmico por mais de 5 (Cinco) anos - teve centenas de alunos em que compartilhou o conhecimento Neopatrimonialista (CIÊNCIA CONTÁBIL criada pelo Saudoso Lopes de Sá). Suas palestras foram assistidas ( Revisado recentemente) por mais de 70.000 ( Setenta mil ) pessoas. Legalista ( Robson é conservador liberal ( Não possui político de estimação. E sim , o viés da direita não extremista e menos ainda radical ). Aberto ao diálogo com outros pensamentos deste que prevaleça a lei e a troca de conhecimentos. É autor do "Livro Capacitação Fiscal e Tributária". Também autor de poemas, crônicas variadas e artigos. Escreve sobre contabilidade, finanças, direito, política, economia, gestão de pessoas, e gestão em geral . Suas crônicas foram e são publicadas em jornais de circulação nacional, revistas e outros blogs. Sua formação começa como Técnico em Contabilidade, Bacharel em Letras, Bacharel em Contabilidade e direito, duas pós graduações, mestrado, doutorado e vários cursos em áreas diversas e outras formações. Hoje dedica-se as suas empresas de gestão empresarial e tecnologia ( GRUPO CENTERCON E GGC ) a consultoria, a escrever, Palestrar, a contabilidade e ao direito . Bem como ao seu Blogue: www.blogdorobson.com.br e ao Canal do Robson Nunes - Oficial - no YOUTUBE - Em que fala sobre assuntos diversos (gestão de pessoas, finanças, POLÍTICA, motivação), e compartilha vídeos de outros profissionais que considera relevante. Robson Nunes é judeu-cristão. Tendo Bisavós paternos como descendentes de portugueses , italianos estes foram imigrantes. Família Materna descendente de índios, negros africanos e portugueses. O objetivo do BLOGUE DO ROBSON é com uma abordagem moderna, simples e isenta de moralismo tratar sobre assuntos diversos, mas, tendo como base - não a razão, e sim, o compartilhar de conhecimentos pessoais, parciais e imparciais em sua grande maioria. Alguns focos são: Gestão de pessoas, finanças, profissões, poemas, contos diversos, motivação, política e assuntos gerais ( Nada com extrema profundidade - e nem raso demais - que não possa plantar uma semente no seu pensamento sobre todo e qualquer assunto!). Afinal, saber o que realmente importa, sobre variados temas, ou mesmo se entreter é o que torna uma pessoa capaz de gerenciar sua própria vida! E transforma o conhecimento em algo agradável e interessante. Seja bem vindo (a) ao BLOGUE DO ROBSON. Se gostou divulgue! E compartilhe! ( Agradecemos aos leitores assíduos que compartilham os textos!). Esclarecemos que não disponibilizamos os comentários dos leitores - diante da quantidade - para que estes não tirem o foco dos textos. Hoje somos mais de 6.000 leitores semanais (Já conseguimos bater 8.000 por semana )! Que dar uma dica de texto, crônica? Envie e-mail para: robsonbatistanunes@gmail.com Venha fazer parte desta Família e compartilhamos conhecimento! Obrigado sempre pela sua audiência! Robson Nunes.