Eu sei, o título é provocativo e parece que eu só quero causar com esse começo de texto, mas prometo que ao longo do processo tudo fará sentido. O objetivo deste texto é mostrar porque uma visão tradicional de contabilidade e gestão financeira pode tornar seu negócio menor do que ele deveria ser e como utilizar estratégias de gestão para aumentar sua velocidade de crescimento no médio prazo.
Essa estratégia não é exatamente um segredo. Não estou falando aqui sobre algo inovador, completamente desconhecido. Não vou vender um curso ao final do texto sobre como destravar o crescimento exponencial da sua empresa depois de um fim de semana de palestra comigo e meus 3 amigos do L4 Educação.
Quando se discute gestão, sempre se fala sobre o objetivo final da empresa, que é gerar lucro que possa ser dividido entre os investidores, seja através do pagamento de juros para quem emprestou dinheiro, seja através da distribuição de lucro para os acionistas. Este conceito é básico para qualquer negócio. Um negócio saudável tem que dar lucro e ponto final.
E aqui o ponto final deveria ser uma vírgula (ou um ponto e vírgula): o objetivo da empresa não é (necessariamente) gerar lucro, mas gerar fluxo de caixa o suficiente para manter a operação funcionando. Fluxo de caixa serve para pagar salários, fornecedores, empréstimos de curto prazo, fazer os investimentos necessários no seu crescimento (investimentos em marketing, aquisição de maquinário, contratação de mais funcionários, expansão para outros setores/países) e retornar o capital para os investidores.
A empresa pode apresentar alta capacidade de executar os investimentos necessários, honrar com seus compromissos financeiros, retornar o capital dos investidores e, ainda assim, dar prejuízo (contabilmente falando). E isso não é um problema de gestão, mas ao contrário pode indicar uma empresa extremamente saudável e com enorme potencial de valorização no futuro.
O objetivo aqui não é cair em clichês, mas caso de grandes empresas que passaram anos dando prejuízo enquanto seu valor de mercado crescia exponencialmente se deve exatamente ao fato de que, apesar do prejuízo contábil, estas empresas eram enormes geradoras de Fluxo de Caixa Livre (FCL).
A Amazon não se valorizou ao longo dos primeiros 20 anos da empresa (apesar de acumular prejuízos contábeis enormes nesse período) porque o mercado financeiro amava o Jeff Bezos. A valorização da empresa se deu porque, ao longo da história da empresa, ela sempre gerou um volume enorme de FCL, que, ao invés de se transformar em lucro líquido (onde é calculado a maior parte dos impostos corporativos), era reinvestido nas operações, tornando a empresa cada vez maior, mais eficiente no emprego de capital e com um mercado potencial crescente.
Ao montar o planejamento da sua empresa, lembre-se de considerar as alavancas financeiras, comerciais e operacionais que podem, gradualmente, elevar a sua geração de FCL ao longo dos próximos meses. O objetivo aqui é entender quais são os pontos que, ao mover 1%, o impacto composto dessa movimentação torna sua empresa uma melhor geradora de caixa.
Pense nisso!