Todos os caminhos me levaram para o meu ofício …contabilidade!
Parte 01 ( Resumo ):
– Jamais, seria eu um profissional da Ciência Social Contabilidade ou sequer um legalista. Se por caso, no dia da escolha do curso técnico… andando na rua ( ida para o colégio ) e tomado pela dúvida entre escolher contabilidade e Magistério (Tinha plena certeza que seria um profissional das palavras) o vento não jogasse “literalmente” um pedaço de papel sujo na minha cara com o seguinte título: “Contabilidade a ciência que ninguém vê…”.
Nunca duvidei que depois de tantos anos dedicados à leitura intensa de todo e qualquer livro (costumava dizer quê: “…onde estivesse a palavra lá eu estaria…”). E das competições de leitura com um velho amigo (em que apostávamos quem leria mais livros em um ano) às vezes eu ganhava outras ele …Que não seria eu um ser das palavras!
Mas, aquele papel sujo, trazido pelo vento explicava o que era a ciência dos invisíveis chamada contabilidade, e por fim , escolhi este curso técnico aos 15 quase 16 anos de idade.
Parte 02 (Meu amor pela minha profissão…)
Sempre me recordo de falar e ou escrever que: “…grandes profissionais são fiéis as suas profissões! Ao seu ofício ( nunca as empresas e aos seus donos)..”.
E, é essa fidelidade que faz com que ele seja fiel às empresas indiretamente e um grande profissional. Diferente disto é troca de intenções – e nem sempre de valores e ideais.
Minha carreira começa de forma quase novelesca. Aos quinze anos , por ser leitor voraz, queria ser professor de língua portuguesa, inglesa e espanhola.
Vindo do teatro (minha fonte contra minha severa timidez). Fui membro do Grupo Terra Roxa – UMA DAS ÚLTIMAS COMPANHIAS DE TEATRO DO BRASIL (década de 80/90). Fiz um teste , passei – e por fim – eu era o roteirista, o ator e por ter me tornado amigo do mestre que me deu a oportunidade de me conectar com uma arte que não saiu de mim até hoje – fui até cantor. Foi com o grande mestre Rolim ( Dono da Companhia, que, aprendi o valor da arte artesanal) . Enquanto isso, ganhava prêmios de redação, até com grande constância. Visitava escolas de todo o estado com as peças que ora escrevia e ora interpretava. Adorava a arte de interpretar ( Fizemos a escolinha do professor Raimundo – Fui o Aldemar Vigário), e fiz parte, orgulhosamente, do Grupo Terra Roxa de teatro por alguns bons anos. Escrevia os roteiros (aprendi com o mestre Rolim esta tarefa difícil que é criar roteiros). Das peças que escrevi tive o privilégio de tirar muitas lágrimas de emoção e sorrisos de alegria nas escolas, no Teatro e nas igrejas. Oriundo do Cristiano/judaísmo já cantei, fui líder de mocidade, estudei música, aprendi a tocar piano e compus músicas Gospel (sendo uma cantada até hoje no meio), sem qualquer pessoa saber que sou o autor por que, usava pseudônimos ( Não queria aparecer – queria expor a minha arte!).
A minha ligação com as palavras era tão forte que um dos meus textos fora descoberto e menti descaradamente que meu não o era! Escrevi anos para um jornal de grande circulação sob um pseudônimo de nome Alemão que criei ( BASEADO NUMA ENTREVISTA DA ZILKA SALABERRY (grande atriz) que também usava pseudônimo. Como evangélico fazer parte de um grupo de teatro era um pecado.
Era o típico NERD gente boa que passava cola para todos . Era querido, reservado, mas a “bichinha” intelectual da turma ( era assim que me chamavam). Era gordinho ( então , já sabem quais apelidos eu tinha). Nunca sofri. Enfrentei todos os obstáculos de um jovem que aprendeu a ler muito novo e sabia que tinha uma família que dependeria dele. E este se sentia adulto já nos idos da sua infância ( tanto que meus amigos – sempre mais velhos – já morreram todos). Este garoto passou quase todos os anos dos estudos primários e secundários usando o mesmo caderno pela capacidade de memorizar – raramente estudava para as provas.
ADORAVA mesmo era ler muito e prestar atenção nas aulas. Trabalhos, eu fazia sozinho para evitar os grupos ( Timidez eu perdia nos palcos , cantando e pregando).
Meu primeiro livro lido aos 4 / 5 ou 6 anos de idade ( Não me lembro tão bem!), já que aprendi a ler muito novo… Foi Helena de Machado de Assis ( Lembro-me de ter lido todas as obras do Sr Machado de Assis com o dicionário debaixo do braço), e que questionava os professores por que algumas palavras não existiam no dicionário ( Cheguei a mandar carta para o Sr Aurélio – pedindo para inserir as palavras que não tinham naquele dicionário do meu tempo), apaixonei pela leitura de verdade quando um livro de Monteiro LOBATO caiu – literalmente – na minha cabeça quando estava na biblioteca. Até então, lia livros mais complexos e com o dicionário do lado ou debaixo do braço à ponto de receber advertência por ler Tocaia Grande do Jorge Amado aos 11 anos. Helena ( como disse) foi o meu primeiro livro aos 4 anos. Aprendi a ler quase que auto de data. Mas, devo muito ao incentivo do meu pai. Já no estudo secundário, fui selecionado entre os melhores, na minha escola de periferia, e ia fazer Magistério na melhor escola de Belo Horizonte – na época.
Mas, para a minha surpresa a minha mãe queria que eu estudasse com uma prima e trocou-me de escola. Fiquei bravo, irritado…. nada podia fazer. E LÁ ESTAVA EU, indo para uma escola chamada Tabajara Pedroso ( Que me gerou mais raiva depois do CACETA E PLANETA – PROGRAMA DE TELEVISÃO ). Lá fiz o chamado SEGUNDO GRAU E AINDA TINHA QUE ESCOLHER O CURSO TÉCNICO.
Chateado, fui para o primeiro dia de aula aos 15 ANOS e não sabia ainda se fazia magistério, por que havia essa modalidade ou Contabilidade.
Parte 03 Agora começa a minha história de amor a profissão…
Do nada, indo para a escola, começou a ventar muito e parou na minha cara um panfleto com a grade de Contabilidade e um texto enorme sobre o que era aquela ciência, e de repente, lá estava eu na biblioteca, estudando o que era contabilidade. E com poucas horas resolvi me matricular naquele curso técnico. Ali começava a minha jornada – estudar o dia todo – e a noite fazer o 2o. grau e contabilidade juntos.
Quando tinha -15 / 16 anos apareceu um empresário querendo estagiários para a sua empresa na minha escola. E eu, mesmo detestando contabilidade (modestamente) era um dos melhores da turma – senão o melhor ( Desculpem à pseudo falta de modéstia ).
O teste:
Enfim , eram três turmas com 40 pessoas. Selecionaram uns 20 para o primeiro teste. Depois 10 e por fim 5. E LÁ ESTAVA EU entre os 3 finalistas, fui fazer o teste na empresa – já tendo passado pelos testes na escola, e em mente sabia que seria este o trampolim para fazer faculdade de Letras. Fui bem na entrevista, péssimo no teste ( minha primeira sensação de derrota – por nervosismo. E ali, foi a minha primeira reprovação, para enfim abaixar o ego de quem se sentia o melhor, já que o era tratado assim. 3 (três) semanas depois fui chamado pelo Dono da pequena empresa de contabilidade, e este (acho) foi com a minha cara! Gostou da entrevista e achou que fui mal no teste ( E fui mesmo!). Mas, apostou em mim. Começava ali, um martírio para ele e para mim, fui durante um ano ou mais o pior estagiário. ERRAVA TUDO ( não tinha interesse naquilo)! E pior, passei no vestibular, fui fazer letras. Logo, o meu foco era letras (minha paixão).
Enfim, um dia a professora de uma matéria no curso de letras me chamou, era doutora, e me disse: “Robson…Sinceramente é o melhor aluno da turma. É pobre e trabalha com contabilidade…SAI DAQUI E VAI FAZER o BACHARELADO DE CONTABILIDADE…”.
Resolvi seguir o conselho, na semana seguinte estava no curso de contábeis – vindo terminar letras anos depois. A partir dali, depois de tanto ser chamado a atenção, e ameaçado a ser o próximo demitido….Resolvi estudar de verdade contabilidade…
E LI TODOS OS LIVROS QUE PUDE. Dos piores aos melhores da época sobre contabilidade. Melhorei como estagiário. Fui contratado e comecei a treinar pessoas ( meu sonho de ser professor começou ali ). Em 2018 virei gerente do meu setor aos 18 anos. E em 2001 quando ia sair, para ter o meu próprio escritório, ao desenvolver um projeto chamado GGC ( GRUPO DE GESTÃO CONTÁBIL ), já que não acreditava no contador (chamado de envia guias NA ÉPOCA), e sim, no gestor e médico dos números. Fui convidado pelo meu patrão para ser o seu sócio ( Já que este não aceitou a minha rescisão). Aceitei, com a condição de que a minha rescisão pagasse as minhas cotas (300,00 reais de rescisão ). E, a partir dali, minhas cotas aumentariam, se o meu projeto desse certo ( E deu! ).
Enfim, deu certo…Crescemos, ganhamos prêmios, e eu me tornei um profissional apaixonado pela profissão e defensor da classe e do título de Dr. ou médico das empresas para este profissional. Fui e sou professor, palestrante, escritor, cronista, blogueiro e muitos contadores em um…Até youtuber me tornei. Gosto dos desafios do mercado! De ser mutante! Eu não tenho medo de mudar por que não tenho medo de pensar ( Já disse um grande matemático).
OMITI ALGUNS AGRAVOS ( Como levar um soco na cara em público – e não reagir , ser vítima de fofocas, ofensas – por respeito as pessoas – já que mágoas e rancores não tenho!) E são os inimigos que te promovem. Sou grato à eles! Me ensinaram muito.
E reconheço alguns bons erros meus como ser humano em evolução! Já fui muitos gestores mas hoje sou aquele que compreende que o valor do outro está no valor que dá para si. Só consegue ser humana, educado, gentil…Se olhar para dentro de si…E ver que não é melhor que ninguém…
E ELAS (es) desafetos – cada pessoa – ME ENSINARAM MUITO, ATÉ COMO EU NÃO DEVO SER. Tirei de cada dificuldade um aprendizado!
Já levei soco na cara em público ( como já citado ) na empresa, minha sexualidade virou pauta para deboches gerais – sem provas – e sem ser da conta de ninguém! Fui acusado de separar empresas ( Já que o Grupo era “meio” familiar ), e eu tenho uma visão menos familiar. Afinal, passei anos estudando para validar o profissionalismo com ética, respeito, humanidade, mas, imparcialidade!
Você pode não gostar da pessoa. Mas, se afaste e respeite…Dê de presente a sua ausência! Pronto!…
HOJE minha gestão é humana, profissional e liberal (Contratamos talentos! Não me interessa cor, sexualidade, se usa brincos, se têm tatuagens… Quero talentos!)
Tive desafetos por décadas! E novamente os agradeço, aprendi muito. E alguns terei até a morte! Não por mim que só guardo na memória o evento para nunca se repetir ( Mas, mágoas, rancores e ódios…Deixo para eles!).
Aos falsos amigos e traidores… O meu muito obrigado!
E HOJE… AOS 42 anos tendo começado a carreira entre os 16 e 17 anos – já com mais de 20 anos de profissão – agradeço ao DEUS que creio ( Como Judeu – Cristão: Filho de uma Luterana e de um descendente de Judeu ) algo estranho ( Na vida desta pessoa que vós escreve nada foi muito normal mesmo ).
Agradecimento:
Aos que acreditaram em mim. Aos fiéis profissionais que confiaram e caminharam comigo ( Mesmo quando alguns projetos pareciam loucura total! ).
….EDNA MINHA PROFESSORA DO TABAJARA ( Quem tentava me fazer amar esta profissão), MARLUCIO ( Por aceitar uma monografia sobre Capital intelectual quando este assunto sequer era relevante . E vi o brilho nos olhos dele ao ler meu trabalho). Cleber – meu mestre de custos ( Me ensinou a amar o que odiava) , ROSILENE CAMPOS ( Guerreira), ANDERSON COUTINHO ( Realizou o sonho de ter a primeira empresa contábil em ter um setor de TI ), GUALTER BARRETO ( Me convenceu a dar aulas), LOPES DE SÁ SAUDOSO ( mestre, amigo e quem me deu o nome profissional de Robson Nunes), GLÁUCIA – PROFESSORA de língua portuguesa do Tabajara – quem me apresentou grandes autores da nossa literatura. CIBELE PRIMA AMADA (Quem dividiu e suportou o curso de contabilidade do meu lado), PAULO CONSENTINO ( Me atendeu na sua sala nos idos da minha juventude e sai do CRC/MG com tantos livros e ensinamentos que jamais esquecerei) e todos que mesmo não citados contribuíram para me tornar quem sou hoje! Aos desafetos – não meus – mas talvez, eu seja deles – sou grato me ensinaram muito ( Sempre repetirei isso!).
Pai e mãe me deram caráter, hombridade, crenças, fé e à eles devo o meu passado o meu presente e o meu futuro.
OS MEUS ALUNOS DO SENAC (MEUS PRIMEIROS) são um caso à parte ( que honra ter sido professor daquela moçada). Que alegria. que professor louco eles tiveram e que honra ter ministrado minhas palestras para milhares de pessoas e sentir que contribui um pouco com elas.
Todos vocês! Fizeram este cara de PERSONALIDADE FORTE, SEM PAPAS NA LÍNGUA CHEGAR ATÉ AQUI ( E aqui não é dinheiro ou posição social) É a riqueza do aprendizado…E, graças à estas pessoas sou o Robson Nunes.
INJUSTO CITAR MAIS NOMES, SÃO MUITOS….E PARENTES FICAM PARA OUTRA CRÔNICA BIOGRÁFICA.
* Tia Conceição em especial é eterna no meu coração por que dela vinha a esperança e as palavras sábias!
Obrigado minha a equipe, time, sócio e poucos, mas, fiéis amigos que valem por um milhão…
Robson Nunes ( Uma pessoa entre 8 Bilhões ).
