Estar sozinho é bom?
Foi a pergunta que me fizeram hoje.
E eu digo quê, depende do que é a sua definição de estar só ou ser só .
Eu confesso que já tive muitos pseudos amigos numa fase. Saia todo final semana. E o que sentia? Que o assunto sempre era o outro, ou viagens, ou chacotas, ou conversas em que o desejo mórbido era saber profundamente um da vida do outro membro da mesa ( Para manter o tema da próxima reunião!).
Eu não sou Santo e menos ainda melhor que alguém, mas, aprendi à fazer um filtro.
Conheço muita gente. Mas, trato o profissional como público e a pessoa física como privada. Logo, tenho os amigos necessários, não somos grudados, me afastei de parentes ( Até porquê os que era ligado ou morreram ou eram os que mais falavam mal pelas costas!). E olha que sempre fui muito caseiro, leitor voraz e focado no trabalho ( Trabalho este que me custou noites de sono, porque tinha metas ousadas, projetos e era muito rígido. Logo, os embates e fofocas também eram inevitáveis). Foi no trabalho que aprendi à lidar com gente de todo tipo. E lá criei a definição de que não tenha partido só porque ouviu dizer e mesmo se ouviu continue não tendo ( O outro que fala sempre é a vitima).
Nunca entendi de onde surgiam tantos assuntos sobre mim, já que sempre fui distante de quase tudo e todos e reservado ( A pessoa que aglomerava amigos do parágrafo primeiro ou segundo existiu numa fase curta) .
Minha vida amorosa era o palco predileto dos meus desafetos e parentes. Afinal, eu era solteiro, quase quarentão, nunca me viram com mulher e ainda pai adotivo…. Roteiro perfeito para ser o gay. Não que isso me importe ( Ao contrário – se alguém se der ao trabalho de estudar, vai trocar o termo opção por condição sexual genética) e no mais, da minha privada vida cuido eu.
Mas sempre detestei a santidade dos que colocam uma Bíblia debaixo do braço e uma régua quilométrica na língua para falar de alguém. Parentes eu evito, porque os meus são muito Santos já que são quase 100% evangélicos. Amigos, me afastei dos tóxicos, aproveitadores e dos que a conversa é o outro. Gosto de assuntos agregadores. Logo, ostentação não é minha conversa predileta. ( Ah…Aquela viagem para Paris…Ulala!!!) me cansa!
Fui traído por todo tipo de pessoa: Amigos que achei que envelheceria com eles, parentes e etc; (Ser corno variado é meu troféu imprensa).
Enfim, eu não me importo em estar só ou acompanhado, mas hoje, recuso convites. Prefiro o pouco agregador do que o muito para nada. A solidão de fato pode ser uma longa e profunda conversa consigo.
Minha casa é meu santuário. Adoro meus pais, filha e animais. Meus livros, escrever e estudar bebendo um vinho Malbec me renovam.
Logo, não devo ser a melhor companhia para essa geração que fala nada com coisa nenhuma. Ou que vive de imagem – devendo até a alma da mãe.
Prefiro as prosas com o meu pai, as brigas e as brincadeiras com a minha filha, “conversar” com meus cinco animais domésticos e orar com a minha mãe .
Aprendi a gostar de mim. E que estar solitário pode ser o seu grande momento de ter a sua companhia.
Sim. Ficar só é bom! Principalmente, se você têm personalidade forte , não se vende para o outro, e é humano, no melhor sentido das ações boas.
Espero ter te ajudado.