Este conto não é sobre religião.
Meu encontro com DEUS.
– Ao deitar-me, olho para o céu estrelado daquela noite que me parecia triste e sombria. O meu dia havia sido tenebroso. Afinal, enterrar o amor da sua vida não é nada fácil. Haviam desaparecido as centenas de pessoas que estavam no velório, encerrado os tantos e tantos abraços de condolências, e só me sobraram: Meg – minha pastor Alemão, minha cama -já vazia, a Janela, o vento e as estrelas. Lá estava eu deitado olhando pela janela e afagando Meg (Como costumava fazer todos os dias, mas com o braço direito da minha jovem e bela esposa sobre o meu ombro como se ela quisera todas as noites sussurrar no meu ouvido: – Estou aqui…Boa noite!).
Mirando fixamente o céu vejo uma estrela clarear tanto, até os meus olhos cegarem-se. E como num passe de mágica, estava eu próximo a cachoeira onde conheci a minha amada.
Sentei-me e comecei a olhar as águas límpidas e claras descendo e batendo nas rochas brutamente a ponto de gotas e mais gotas caírem no meu já frio e gelado rosto.
De repente ouço passos, me assusto, e quando alguém se aproxima – toca-me o ombro esquerdo. Senti tanta paz que não tive reação alguma ( até o frio passou ). Olhei fixamente para aquela pessoa. e era uma senhora usando um vestido branco e longo. Estranhei, por que as gotas que me molhavam pareciam se desviar dela. Ao me chamar pelo nome. Perguntei : – Como sabe o meu nome senhora? E ela, com uma voz suave e doce de se ouvir, me disse: -Eu sei o nome de todos os meus filhos. E principalmente, estou perto dos que sofrem.
Como ela sabia que eu estava sofrendo? ( Perguntei-me mentalmente! ). E como se tivesse lido a minha mente, ela responde: – Por que eu senti a sua dor meu filho. E continuou dizendo: – Sinto todas as dores dos meus filhos, e eles são muitos.
– Quem era aquela senhora? ( Novamente minha mente teimava em esquecer que ela leria o meu pensar ). E ela responde: – Eu sou quem amou o mundo de tal maneira de dei o meu filho para morrer por você! Não acreditei ( – Eu estava falando ou sonhando com Deus? ). Mas Deus era uma mulher? E ela calmamente me disse:
– Eu sou quem você quiser que eu seja, por que o mais importante: – É que sou DEUS. Não importa se você, e seus irmãos me inventaram visualmente e mentalmente de uma forma, ou de outra. Eu sempre serei o que você, dentro do seu ser mais profundo, sabe quem sou.
– E jamais te abandonarei!
– Vim enxugar as suas lágrimas!
Comecei a chorar incansavelmente e meus soluços romperam aquele silêncio. E perguntei: – Por que as pessoas que amamos morre? Por que você as tira de nós?…
E ela suavemente me respondeu: – Por que ninguém morre de verdade. Só cumpre a sua missão. Não existe a morte para mim. Existe o recomeço. E um dia você recomeçara também e nos reencontraremos para eu te mostrar o seu novo caminho!
A janela bate forte, o vento passa levemente e esfria o meu rosto – e eu acordo! Ainda com as mãos sob a MEG. – Sábia era um sonho (Afirmei para mim mesmo!).
Me levanto, e quando chego perto da lareira para me aquecer, olho para o sofá e vejo sobre ele aquele vestido branco luminoso e lindo…Que ofuscava a minha visão! Era o mesmo da pessoa do meu sonho ( Recordei-me ). – Na verdade não era um sonho. Eu falei com DEUS!
– Falei com o Deus que eu acredito. Com Deus que não é vingativo, rancoroso, e nem de longe se parece comigo ou com qualquer pessoa. Falei com o DEUS de todos do americano, do asiático, do europeu, do indiano o DEUS de todos ( Aquele que não quer saber quem você é, mas, alivia a sua dor!).
Logo, MEG desce as escadas correndo e o meu sorriso reaparece! Olho novamente para o sofá para pegar o vestido e ele já não estava lá!
E a partir dali decidi continuar a minha jornada. Naquele instante MEG e eu.
E foi assim que eu falei com DEUS.
Brian Olsen ( Inglaterra, 1998 ).